A nova geração de gerentes: o desafio de ser mais humano

Desafios para ser um gerente mais humano

O papel fundamental do gerente é a gestão de pessoas. Por mais que ter visão estratégica, dominar técnicas, processos e ter orientação por resultados seja de grande valor, pessoas são o motor dos negócios.

Temos uma nova geração, a dos nascidos entre 1980 e 2000, que se encontram na casa dos 30, assumindo postos de gestão cada vez com maior frequência. Uma mentalidade nova com um desafio antigo: gestão de pessoas.

Ser gerente é lidar com gente

O desafio é saber motivar e engajar, mesmo em ambiente de pressão por resultados. Um gerente quer uma equipe produtiva. A resposta ao desafio passa por humanizar-se.

Isso não é reflexão do tipo: vamos nos abraçar ou qualquer caricatura na figura de gerente bonzinho. Já tive a oportunidade de gerenciar algumas equipes e quem me conhece sabe que isso não combina comigo. Ao contrário, minha fama é de ser mais exigente.

Uma equipe que atuei me premiou como “Meu malvado favorito”. Acredito que cumpri meu papel, as pessoas sabiam da minha exigência e do lema “chefe é o objetivo”. O compromisso com resultado e produtividade era claro, porém em um ambiente de construção, empatia e respeito: #tamujunto.

Humanizar é entender a forma de atuar

A forma de atuar envolve cobrar com clareza. Ter objetivos claros e devidamente desdobrados. Fazer as pessoas escolherem e se sentirem parte da solução. Construir o ambiente de confiança com a equipe, para que eles possam questionar e errar. Para que o time consiga junto aprender rápido e achar o caminho.

É uma construção, um somatório de atitudes diárias. Necessita de coerência. Não pode falar de um jeito e agir de modo contraditório. A construção desse caminho envolve o gerente ser mais humano e criar empatia com as pessoas.

Temos uma nova geração de gerentes

Esse desafio de criar gerentes melhores é muito da minha geração, a tal geração Y. Estamos entrando na linha de cargos de gerência e nos expondo à essa situação. Acreditamos em uma forma nova de lidar com o trabalho, queremos mudar o mundo.

Ao assumir posições gerenciais, temos de confrontar o ideal com o real. Lidar com gerações mais velhas, cumprir resultados, ou seja, ter uma gestão de pessoas efetiva: engajar e motivar. A leitura do livro Manager 3.0 é de grande valor para esse desafio. Um lema importante desse livro para a forma de conviver com as outras gerações (e pessoas):

“Entenda que o outro não é pior, nem melhor. Apenas diferente”

E nessa lida com o outro, muitas vezes, quando assumimos os cargos gerenciais somos ainda tidos como jovens, imaturos.

Precisamos de gerentes com maturidade

Amadurecer envolve viver experiências. Envolve estar atento às experiências vividas para aprender com elas. Estar exposto a vivências novas.

Nesse sentido, maturidade e tempo tem correlação. Quanto mais velha a pessoa é, mais experiências vividas e maior maturidade. Mas isso é verdadeiro apenas na tese, pois depende do repertório de vivências e da mentalidade de crescimento.

Na prática, uma pessoa que vive vários anos na mesma rotina tem baixa variedade de repertório e está menos madura no sentido de ser um gerente melhor.

Do mesmo modo, uma pessoa que não consiga captar e ter senso crítico, escuta e postura de aprendizado, pode viver experiências múltiplas, e mesmo assim amadurecerá pouco. A mentalidade de crescimento e exposição a erro é fundamental nesse sentido. Para isso é necessário estar em organizações em que o erro é visto como parte do processo de aprendizado e não somente como algo a ser punido.

Arrisco a dizer que a maturidade gera no gerente a atitude de servir a sua equipe. Longe de abordagens clichês, aqui significa de fato ter a capacidade de ajudar os funcionários a cumprirem os seus objetivos. Ser alguém que indica caminhos e acelera a passagem por obstáculos. Servir e liderar estão conectados.

O caminho de ser um gerente melhor envolve maior vivência

Estar exposto às vivências pode ser para além do mundo do trabalho. Significa ampliar seu repertório de sensibilidade. Envolve desenvolver empatia com o outro e conviver com pessoas diferentes. A cultura tem um papel importante nisso, as artes promovem diferentes tipos de desenvolvimento de sensibilidade. É um hábito, um exercício a ser desenvolvido e aprimorado.

Ler mais (além dos livros de gestão – literatura mesmo), frequentar museus, teatros e formas de reflexão em que o homem se expressa para o homem. São formas diferentes de refletir e se humanizar. Ver o mundo nos olhos do outro.

Todo gerente é um educador

Ser pai me ajudou muito a ser mais humano. Criar um filho é um grande desafio e está me fazendo um gerente melhor. Mas não precisa ser pai para isso. Conviver com pessoas diferentes, ter amigos que vejam o mundo de outra maneira e ampliar sua visão de mundo pelas amizades é outra forma de se humanizar. Ampliar o círculo de amizades, sabendo conviver e respeitar a diversidade de opiniões.

O melhor do gerente é quando ele ajuda no desenvolvimento da equipe. Quando busca estimular que a pessoa queira vestir a camisa (motivação vem de dentro), que ela veja o propósito. Quando cria o ambiente para as pessoas assumirem riscos e a postura de se responsabilizar pela entrega, empreender (ter o tal sentimento de dono).

Com bons gerentes, profissionais e indivíduos crescem de produção, de competência, e toda a equipe fica mais produtiva.

Uma pátria educadora deveria ser um país empreendedor, afinal, todo empreendedor é um gestor!

Gostou da reflexão? Clique aqui e veja uma recomendação de leitura imperdível para te ajudar nessa agenda de ser mais humano e comprove como esse desafio de gestão de pessoas é antigo, e continua atual.

Avaliação