Netshoes e a Mentalidade de Empreendedor

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Márcio Kumruian - Netshoes

Semana passada, em um evento no Campus Google, tive a oportunidade de ouvir e conversar rapidamente com o CEO da Netshoes, Marcio Kumruian. Mentalidade de empreendedor que merece destaque, e me inspirou a escrever esta reflexão.

Caso não conheça a história da Netshoes recomendo o livro do case da Netshoes (estive no lançamento quando escutei Márcio pela 1a vez). Contudo, o que vi nessa palestra não está no livro, um olhar de empreendedor de estratégia e gestão. Espero que a reflexão também te inspire.


Primeiro ponto de destaque: empreender requer coragem e consciência. Requer resiliência e persistência. Vai errar, e tem que ter a humildade de reconhecer alguns erros, e de definir a hora de estancar, aceitar o “custo enterrado”.

É preciso ter cenários e entender o limite do risco suportável. Definir limites para ter fôlego de recomeçar.

Duas leituras são de grande valor nesse sentido:

A Netshoes foi pioneira. E quer continuar sendo.

Pioneira em ser e-commerce esportivo. É um case de sucesso por conseguir fazer IPO nos Estados Unidos. Uma empresa com orgulho de ser brasileira.

Destaque no quesito satisfação do cliente, com seu CEO falando de NPS como KPI com desenvoltura (se você não sabe o que é NPS, clique aqui. E se quiser ver a fonte de origem desse KPI, clique aqui). Uma empresa preocupada em ser referência na distribuição logística e querendo estar na vanguarda tecnológica: falando em mobile free – preocupada com cliente de celular pré-pago!

Cabeça de empreendedor que pensa à frente e quer ser desafiado. Que viveu várias dúvidas de um negócio novo e que quer continuar desbravando e sendo pioneira. Quer manter viva a chama de ser startup, mesmo reconhecendo a necessidade de governança e controle. É bom ouvir um elefante que tá crescendo e não quer parar de dançar!

Um empreendedor que reconhece: Dinheiro é consequência.

A cabeça do investidor e do empresário mais tradicional pensa em negócio. Associa negócio a ganho, a rentabilidade. A grande questão é entender onde está o valor, o ativo, e como ele é conquistado. Entender o tempo para “criar monopólio” e pensar na empresa e seus ativos:

  • O ativo cliente: Quanto você está disposto a pagar e investir no cliente?
  • O ativo posição de mercado: criar hábito, investir e ser dominante. Temos vários casos de “grátis”, ou seja, faturamento zero, mas que tem altíssimo valor (Whatsapp por exemplo). O desafio é entender o timing e a forma de explorar esse ativo.
  • O ativo humano: Não basta ser apenas um lugar cool para trabalhar. Não basta o discurso de investir em pessoas. Não estamos falando apenas de pagar treinamento. O desafio de gestão de pessoas é criar um time engajado e produtivo. Um desafio de primeira ordem!

Nesse ponto, minha pergunta foi qual o KPI que Márcio olhava quando pensava em gestão de pessoas. Afinal a fala dele retrata a inquietude e o ambiente de pressão, de não ter zona de conforto. E eis que ele admitiu o desafio, que é algo que está tratando como deveria, de forma estratégica, assunto direto do CEO. Não tem resposta fácil.

Enquanto é startup tem muito sacrifício, muita garra, mas quando se tem centenas ou milhares de funcionários o jogo muda.

Gente é um ativo e, portanto, tem que investir. Levar isso a sério nas escolhas. Na crise, a opção de cortar gente não pode vir com naturalidade na ótica financeira. Buscar produtividade alinhada com desafio, uma equação que envolve o engajamento e propósito.

E a Netshoes do futuro? Continuar a inovar e dominar!

A chama do empreendedor ainda está ativa. É legal ver ele falar da Amazon como um case de inspiração. De fato, é uma referência que precisamos todos reconhecer (clique aqui e veja um livro muito legal do case Amazon).

É sempre bom ver empreendedores com escolhas não do mais fácil ou mais simples, mas que pensam grande e querem ocupar espaços e buscar novos níveis de excelência.

E pra finalizar, o Marcio tem uma frase muito boa:

“A Netshoes não vende PIB”

Afinal, com crise ou sem crise o mundo continua a girar.

Esse espírito empreendedor é contagiante e precisa ser mais propagado no país! Mentalidade de empreendedor não é só do dono, é espírito de profissional comprometido e que quer ser agente de transformação.

Parabéns ao Márcio e a toda a equipe Netshoes, uma empresa brasileira que serve de inspiração para a mentalidade de empreendedor!

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