O mapa do sucesso para empresas triunfarem no jogo da inovação

Quando falamos do jogo da inovação, existem três tipos de empresa: (1) que estão jogando a inovação aberta de modo bem sucedido; (2) aquelas que jogam, mas não estão se saindo bem; e (3) as que não entraram nesse jogo.

Quem está fora do jogo está correndo alto risco de se tornar irrelevante no susto. Quem está jogando já deu um primeiro passo importante, rompeu o primeiro paradigma. Independente do momento que sua empresa esteja, a leitura do livro Goliath’s Revenge: How Established Companies Turn the Tables on Digital Disruptors, de Todd Hewlin, Scott A. Snyder, é um guia de muito valor.

Inspiração para quem está jogando avaliar seu posicionamento no jogo, entender os ativos que tem na mesa, a forma que está jogando e as apostas em curso. Pode ajudar muito que não está se saindo bem no reposicionar estrategicamente. Para quem nem no jogo está serve como orientação para começar a jogar entendo que existem grandes vantagens, diferenciais competitivos para grandes empresas estarem nesse jogo.

Os autores destacam bem o movimento que ocorre cada vez mais nas empresas, o padrão de mudança cultural em favor do jogo da inovação aberta:

“They are shifting from a mind-set of “Defend the way we do things for as long as possible” or “I just hope I can retire before this really hurts my business” to one of “We need to move aggressively now to leverage our unique capabilities in a way that disrupts the disruptors.” (Livro Goliath’s Revenge, p.7)

As grandes empresas têm muitas vantagens no universo das startups

Caso visualize o jogo da inovação como uma disputa entre startups e grandes empresas, certamente a força das grandes é um grande poder no confronto. Vemos casos clássicos como Kodak, a imagem e uma grande empresa derrotada. Ou Netflix, como startup vencedora. Criamos ao pensar nesses estereotipos dois conceitos errados:

  • Não deveria ser um jogo ganha-perde. Você deveria abraçar o conceito colaborativo de co-criar com as startups. Ser parte do ganho dela. Desenvolver parceria ganha-ganha é uma competência muito importante nesse jogo.
  • A startup só vence por falta ou falha de posicionamento e cultura da grande empresa, que tem MUITAS vantagens nessa “competição”.

A base teórica do livro está na figura abaixo, traduzida e adaptada livremente:

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Para incentivar sua leitura do livro, vamos observar as vantagens de alguns desses pilares:

Dados são ativos. Quem tem o maior volume de dados são as grandes empresas. Desafio está na organização para fazer bom uso disso. Acabam tendo muito “dado sujo” que só gasta espaço de armazenamento.

“the virtuous cycle of data: the more data you have today, the greater your algorithmic advantage tomorrow, and thus the more data you will attract the day after that.” (Livro Goliath’s Revenge, p.11)

Abrace a inovação aberta como processo. O modelo de fazer dentro de casa é o caminho de ir mais lento. Pode fazer sentido para algumas coisas, mas certamente, não para tudo. Olhar pra fora é uma forma de ir mais rápido e melhor.

“This means reorienting from “not invented here” and “we know everything” mindsets to one that is welcoming and attractive to external innovators and ventures.” (Livro Goliath’s Revenge,p.11)

Sua cultura e modelo mental são essenciais para esse novo jogo. Ser refém do orçamento anual é desprezar sua estratégia de negócio. Entenda seu propósito, sua promessa de valor para mercado e faça apostas condizentes. Isso ajudará inclusive a atrair e reter boas pessoas.

“Too much focus on near-term financial metrics is a sure way to discourage the medium- to long-term investments needed in building your company’s digital talent base.” (Livro Goliath’s Revenge, p.12)

Sua base de clientes é um ativo muito valioso: CX e inovação de mãos dadas

A base de clientes é um dos ativos mais valiosos. O caminho de venda para tração das startups, ou mesmo de teste para validação é um grande desafio. Essa “barriga de aluguel” ou reputação, bem como acesso a base de clientes é um grande diferencial para empresas desenvolverem parcerias exponenciais.

Grandes inovações surgem da identificação de dores, e é conhecendo a jornada do cliente que tais dores aparecem. Repare que o jogo é holístico, seu relacionamento com cliente, sua marca junto à sua comunidade, sua promessa de valor. Processos de negócio que podem ser melhorados ou disruptados, sendo derivado da cultura que abraça inovação, seja interna, seja aberta.

“The intrinsic value of a company’s brand is rooted in that organization’s cumulative history of customer promises kept. (…) you can convert your existing brand value into the incumbent’s advantage of brand reach. Your brand value will become a means to that end. Your brand reach will effectively underwrite a new customer promise—an innovation insurance policy, if you will.” (Livro Goliath’s Revenge, p.27)

Entenda e cuide bem da sua reputação, da sua comunidade de clientes. Esse é um ativo que pode ter muito valor para incubar novas ideias, desenvolver up-sell ou cross-sell, com ideias que venham de fora ou de dentro. Quem planta CX, pode colher novas fontes receitas. É a sustentabilidade dos negócios em seu melhor estado. Para isso a estufa do plantio é a cultura organizacional de sua empresa!

Crie a cultura de inovação interna e aberta: cooperar sempre

Cultura envolve os incentivos explícitos, mas sobretudo ocultos, que produzem as atitudes do dia a dia de seus colaboradores. Investir na cultura de inovação é uma aposta essencial para atração e retenção de pessoal (pilar de talentos).

Um item dessa cultura a ser perseguida merece o destaque: a combinação de apostas de grandes inovações com pequenas inovações incrementais.

“Established companies have to be great at Big I disruptive innovation as well as Little I incremental improvements. (…) Big I requires CEO-level big bets. (…) Little I empowers employees and installs an institutional innovation culture.” (Livro Goliath’s Revenge, p.10)

Uma forma poderosa de criar essa cultura é usar a força da inovação interna, despertando olhares para pequenas melhorias que podem vir de todo o time e são grandes catalizadores de uma experiência do colaborador memorável.

O despertar de intraempreendedores é um desejo super possível. Os autores deixam dicas valiosas que passam por patrocinar o movimento, quebrar silos e investir com treinamento. Lembrando sempre que qualquer cultura de valor demanda tempo e coerência para sua devida maturação.

“Talent. Use nontraditional filters to identify potential intrapreneurs. Training. Teach how to turn good ideas into great businesses. Time. Allow participants to focus on innovation, even if they are key employees. Coaching. Help participants create a solid plan and communicate it clearly. Friction Free. Break down organizational silos to maximize the pace of execution. Transparency. Share both successes and hard-earned lessons broadly. Sponsorship. Ensure executive sponsorship is clear to all. Advisors. Bring an outside-in perspective to bear on key decisions.” (Livro Goliath’s Revenge, p.100)

Caminho é super possível. Desafio é dar o primeiro passo. Assumir a mentalidade de inovação no teste, desde essas iniciativas para fomentar as boas atitudes. O objetivo de sua cultura é criar essa destreza digital, que é uma ambidestria necessária para lidar com o mundo “AS IS” e o “TO BE” em constante sobreposição.

“Digital dexterity is a measure of how well leaders and teams demonstrate technology awareness, customer focus, disruptive innovation, an experimental mindset, and a passion for rapid execution.” (Livro Goliath’s Revenge, p.169)

Evite o risco da “omissão altamente remunerada”

A omissão altamente remunerada é o maior risco de qualquer corporação. Seus executivos sentados em cadeiras esplendidas tem mais aversão a perder do que disposição a ganhar. Joga-se excessivamente o jogo do poder para dentro, menosprezando o jogo da inovação que verdadeiramente importa para qualquer negócio. 

“insecure leaders in your core business may actively undermine the Big I initiative to preserve their standing in the company. They will hate to see the limelight shift to someone charged with building the future.” (Livro Goliath’s Revenge, p.92)

Seja a transformação que quer ver no mundo! O mapa proposto por esse livro é um ótimo guia para te ajudar na sua estratégia para encarar esse jogo da inovação!

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