Dilema moderno: 10 formas de identificar mentiras

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Dilema moderno: 10 formas de identificar mentiras

O excesso de informações nos faz ler cada vez mais apenas as “manchetes” e filtrar informações com olhar seletivo. Estamos lendo mais o que nosso grupo escreve e dando maior relevância às ideias que concordamos (ou curtimos). Estamos ajudando a polarizar ainda mais o mundo, e deixando de pensar para querer afirmar.

Para não ser hipócrita uma premissa da leitura: as próprias afirmações que aqui faço quero que sejam lidas como uma hipótese, se concordar compartilhe e faça o exercício de mudar seu hábito de leitura e afirmação. Caso discorde, estou aberto a críticas construtivas e alternativas de interpretação.

Não vou dizer 10 formas de nada, apenas usei essa “manchete” de identificar mentiras para chamar atenção. Seja sincero consigo: se não fosse esse título iria ler? Caso sua resposta seja sim, peço sua compreensão. A reflexão abaixo vai tentar defender essa atitude pontual e agradeço por confiar no blog independentemente do título.

O debate da forma de usar a internet, o BIG DATA, e toda suas implicações de manipulação de fake news e de influenciar decisão fazem parte do dilema moderno. Todas as vantagens que as novas tecnologias de informação e plataformas de conectividade nos proporcionaram trazem esses novos desafios. Podemos esperar medidas e regulações de governo e órgãos multilaterais, mas independente disso temos de entender no que estamos inseridos. Fazer nossa parte, inclusive compartilhando e influenciando essa “emancipação”, pode parecer trabalho de um contra um bilhão, mas o mundo conectado permite revoluções em que um vira bilhões.

O hábito de leitura é um primeiro indício complicado. Minha visão aponta para uma mudança preocupante. Jovens respondem que sim, tem o hábito de ler, mas quando pergunto o que leram, raramente falam em livros (alguns até fazem uma careta quando menciono livros). As leituras são picadas, blogs, textos curtos (do tipo 10 coisas que você precisa saber….), vídeos, mas livros não.

Será o problema dos livros ou da ausência de valorização do hábito certo? Acredito que a ausência do hábito certo. Existem livros ruins e, certamente, iniciações de leitura ruins, mas isso não desqualifica o livro. A vantagem de um livro é a criação de uma reflexão mais estruturada sobre determinado tema. Entender algo com mais profundidade. E no que tange à literatura, criar maior sensibilidade e humanizar, principalmente livros romances bem escritos.

Contudo, não basta ler um livro, precisamos de um hábito afinal a polarização das ideias se dá pela ausência de reflexão crítica. E a crítica decorre da capacidade de questionar e confrontar ideias e, para isso, precisamos ampliar horizontes. Nesse sentido, nada contra leitura de blogs, vídeos e textos curtos – isso amplia visão de mundo também. Contudo, se ficarmos só na parte das informações pequenas e fragmentos de ideias faremos avaliações tendenciosas e superficiais.

Para navegar no oceano de informações e na floresta de opiniões das redes sociais é preciso ter bagagem de conhecimento. É preciso ter hábito de ler obras mais densas e aprofundar em temas. Acredito que esse é o começo de retomarmos um balanço entre velocidade e qualidade. Podemos navegar e aproveitar a velocidade e acesso à informação sem criar um mundo mais polarizado. O caminho é a reflexão. E como bem mencionado no livro Superprevisões: eu posso (e devo) mudar de opinião diante de novos fatos. Mas talvez seja prudente, no mundo moderno, antes de emitir opinião e sair curtindo e compartilhando, refletir um pouco. Afinal, opiniões se disseminam e influenciam outros rapidamente. E talvez quando mudar de opinião já tenha influenciado algo que “não era bem o que concordava”.

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