“ Re-empreender ” seria a fórmula da vida eterna?

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Re-empreender

Empresas podem e devem durar para sempre. Mas para fazer isso não basta cruzar o vale da morte na jornada inicial de tração. É preciso saber crescer e continuamente se reinventar.

Surge o termo “re”, de fazer de novo. Seja para se inventar novamente, seja para se moldar ou se organizar novamente. E eis que a leitura do Re-entreperneuring aponta a ideia do “ re-empreender ” como uma fórmula para se manter jovem.

A ideia dos autores é algo simples, hipótese de que a essência das soluções está em atitudes e posturas que já foram feitas no passado da empresa. Atitudes adormecidas.

 

Empreendedor e o espírito de empreender

Existe uma boa provocação sobre a atitude versus o sujeito. A defesa posta é que mais importante do que importar empreendedores envolve despertar nos colaboradores o mindset de empreender. A forma como se encara a situação. A tal mentalidade elástica, de fazer mais com menos.

Um ditado francês apresentado pelos autores do livro: reculer pour mieux sauter. Diante de uma crise, de um buraco, você não dá um passo adiante. Você recua, ganha força e salta. Ou seja, como é importante a noção de dar um recuo para avançar com mais força.

Esse recuo muitas vezes precisa reativar esse espírito empreendedor. Trazer pessoas de fora pode ser importante para mudar a visão, iluminar o contexto, adicionar alguma energia. Mas é necessário despertar esse espírito interno para se saltar as crises. Esse é o verdadeiro desafio das agendas de transformação.

 

As crises são as oportunidades

“You never want to let a serious crisis go to waste… It’s an opportunity to do things you think you could not do before”[i]

Crises podem ser financeiras e resultarem em reduções de quadro, reorganizações ou fusões com outras culturas. Podem ainda ser de governança, com fundo político (das relações, regras e normas), e ser uma oportunidade para rever e transformar. Essencial o gestor entender e aproveitar as crises em prol desses movimentos de transformação. 

Tal frase não poderia ser mais propicia ao nosso contexto de país atual. Seja diante de um novo governo com grande pressão por fazer mudanças, seja diante da tragédia (mais uma) relativa à atividade de mineração nas Minas Gerais.

Crises são momentos de mudar a forma como fazemos as coisas. Nas agendas de privatizações será essencial seguir com as transformações de cultura. No contexto de regulação e exploração das atividades mineradoras vital uma mudança radical para encarar a agenda de mitigação e visão de risco. Em todos os casos a essência do re-empreender é necessária.

Fazer ajustes rápidos. Ter mobilização dos times de ponta com autonomia. Mudar o modelo mental vigente. Tratar com transparência e envolver todos como parte da solução. Encarar o pior. Buscar a real solução (na qual cortar custos não é um fim).

 

Superar crises exige adaptação para uma vida nova

Queremos que as empresas sejam feitas para durar! São ativos econômicos, geradores de emprego, renda e desenvolvimento para nosso país. Crises são parte, não desejável, mas inerentes a qualquer negócio. Saber superar crises é um exercício que, além de oportunidade para transformação, é fonte para uma vida nova, caminho para vida eterna.

Despertar a visão de empreender, e refazer isso é uma boa provocação. É uma agenda que dialoga muito com a visão de adaptação. Aqui deixo uma segunda recomendação de leitura: Adapt. Saber errar, e abraçar a cultura do teste! Ciclos rápidos em busca das respostas que gerem transformação.

A vida do gestor é um bolero. Tem que saber dançar. Entender e sintonizar com o ritmo da música e do salão (contexto externo), sem nunca deixar de ver seu parceiro(a) de dança (contexto interno). Testar e sempre procurar o momento. Recuar para avançar com mais energia!

 

 

[i] Referência de fala de Rahm Emanuel, executivo da administração Obama. Re-entrepreneuring, pág. 151

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