O inferno são os outros (ou a solução)

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O inferno são os outros (ou a solução)

 

Essa frase clássica remete à pior posição que podemos ter: vítimas da situação. Quantas vezes tendemos a ver o problema como o outro. Seja uma atitude, comportamento ou a mais pura existência.

Cuidado, quando o outro é diagnosticado como “o problema”, poucas escolhas temos.

Ok, você tem um problema que está no outro. E daí? Vai pedir demissão, vai esperar que ele mude ou vai assumir a rédea?

Não queira ser vítima. Quando nos vemos nessa posição deixamos de ter a rédea da solução.

 

Posturas possíveis quando vemos o problema no outro

Gosto de repetir algo que escutei em um processo de desenvolvimento no início da minha carreira: você recebeu um soco, o que pode fazer?

  1. Revidar. E a sociedade cada vez é mais ávida por essa solução. Infelizmente o caminho aqui resulta em briga, agressão, destruição;
  2. Dar a outra face. E aqui temos o velho e bom saco de pancada. Aquele que escuta calado, evita a discussão, engole e vira doença (que no limite explode e destrói);
  3. Sair do raio de ação. Evitar o golpe. Dar a chance do outro perceber sem continuar te agredindo.

Em alguma medida essas três reações são sempre presentes nas nossas “brigas” profissionais diárias. Se o problema é o outro, você sempre pode querer contra-atacar. Tornar pessoal. Virar guerra, o que seria o mesmo que revidar. Pode por outro lado engolir e “deixar rolar”, o que também não soluciona. Ou pode evitar o conflito, saindo do raio de ação.

Fácil falar. Prática difícil, mas necessária.

 

O outro não pode ser o problema

“Não fiz isso por que o outro não fez aquilo?”

E daí, cobrou ele? Se antecipou ao prazo ou foi omisso? Reportou e tentou achar uma via alternativa de fazer acontecer?

 

“Ele não sabe o que faz”

Muito bem, e o que isso te agrega? Você é gestor dele? O que vai fazer? Demitir ou desenvolver? A ação é sua. É seu colega de equipe? Vai carregar o peso ou buscar uma forma de cooperação? A ação é sua. Reclamar não levará à solução.  É seu chefe? Continua tratando o chefe como uma pessoa, né? (clique aqui e confira a reflexão). Mas tudo bem, se é seu gestor, entenda que a ação é sua também. Ficar é uma escolha, sair também. Seja um agente de transformação.

 

Cuidado com as discussões: cuidado com o outro

Nesse contexto de relacionamento, a leitura do clássico Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas é de extremo valor. É um guia para revistar e praticar.

Gosto particularmente da boa prática de não criticar, não condenar e não se queixar.

“A única forma de ganhar uma discussão é evitando-a”

Viu como a dica do sair do conflito é da sabedoria centenária? Cuidado para não querer convencer e ganhar a discussão. Saia da zona do confronto. Busque a reflexão e a inspiração. Provoque o melhor do outro.

 

Proporcione ao outro uma boa reputação para ele zelar. Com essa ideia em mente você pode achar várias maneiras nobres de evitar retrucar sem ter que virar saco de pancada. Faça-o ver que ele não precisa bater e você não será saco de pancada. Deixe-o recompor, ajude-o a achar uma terceira via. Errar é humano, mas dois erros não justificam um acerto em contextos de relacionamento.

 

O possível adjacente está no outro

Todo processo é adjacente de um contexto. O contexto é composto por pessoas. Logo entenda que o outro é sempre a solução.

É na interação com o outro que nos desafiamos, e a metáfora desse possível adjacente do contexto de inovação é bem útil na lida com as pessoas. Entenda que cada interação abre possibilidades: novos desafios de relacionamento e construção.

Caso não veja nenhum adjacente possível, evite: a escolha é sempre sua.

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